sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Gregório de Matos
Soneto
Um soneto começo em vosso gabo;
Contemos esta regra por primeira,
Já lá vão duas, e esta é a terceira,
Já este quartetinho está no cabo.
Na quinta torce agora a porca o rabo:
A sexta vá também desta maneira,
Na sétima entro já com grã canseira,
E saio dos quartetos muito brabo.
Agora nos tercetos que direi?
Direi, que vós, Senhor, a mim me honrais,
Gabando-vos a vós, e eu fico um Rei.
Nesta vida um soneto já ditei,
Se desta agora escapo, nunca mais;
Louvado seja Deus, que o acabei.
Gregório de Matos e Guerra
(In Obras - Coleção Afrânio Peixoto, 1923-1930)
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Um comentário:
Que interessante, Marise!
Será que com ele aprenderia a fazer sonetos? rsrsrssss...
Adorei.
Beijos
Sanzinha
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