segunda-feira, 21 de maio de 2012

Convite - 6º Aniversário do Cenário de Sentimentos












"Aqui está minha vida.
Esta areia tão clara
com desenhos de andar
dedicados ao vento.
Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu
patético momento.
Aqui está minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor
e, de outro, esquecimento."

Cecilia Meireles


Aqui está meu reflexo
em seu sexto caminhar.
Aqui está um oceano de mim
e luares de muitos.
Aqui está a ilusão,
os segredos e enredos.
Aqui eu estou,
aqui eu me encontro.
Aqui sou eu.
Será?...


Queridos Amigos,

O Cenário de Sentimentos convida a todos para assistirem à atualização de seu sexto aniversário.
Deixo o meu abraço de agradecimento àqueles que me incentivam e aos que me aconchegam em seus corações, honrando-me com sua leitura.

No Palco Especiais, emoldurado por esta belíssima arte da querida amiga Denise Moura, festejo a data de hoje num poema-incitamento à minha inspiração.

- O Voo da Fantasia
www.mariseribeiro.com/sexto_aniversario.htm

No Palco Meus Poemas, amor e dor se entrelaçam em letras e rimas.

- Inverno
www.mariseribeiro.com/meus_poemas_inverno.htm

- Sem Rumo
www.mariseribeiro.com/meus_poemas_sem_rumo.htm

- Interlúdio
www.mariseribeiro.com/meus_poemas_interludio.htm

No Palco Textos, atrevo-me a dar um olhar de cronista sobre um episódio do meu cotidiano.

- Prato Indigesto
www.mariseribeiro.com/textos_prato_indigesto.htm

O Livro de Visitas está à disposição de vocês, para registrarem suas impressões, o que me deixa sempre muito feliz.

Gilia Gerling


















Clique na imagem para melhor visualização.

Um caloroso e sincero abraço do Scenarium à sensibilidade da querida Gilia Gerling, pelo seu aniversário.
 

terça-feira, 15 de maio de 2012














O Que Sinto Por Você

Estive pensando, longamente
sobre o que sinto por você,
cheguei à conclusão, definitivamente,
que não é amor, é diferente,
o amor é sofrido, doído,
é um mal necessário
mesmo que temporário,
que todo mundo sente...
O que sinto por você
é um bem, meio ateu é verdade,
mas cheio de sinceridade!
E lá bem no fundo,
é um lago profundo
que reflete você!
Então, o que eu sinto,
é tudo que eu queria,
é tudo que eu esperava,
é tudo que eu pedia,
e pressinto também,
que em todo o meu viver,
esse bem, eu jamais quero perder!

03.02.2007
Sônia Maria Grillo (Baby®)
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Giuseppe Ghiaroni














"Dia das Mães"

Mãe! Eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar, depois... perder.

Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a velha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la.

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.

Hoje volto coberto de poeira
e te encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.

O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires e expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar:''Sou eu!"

Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim.

Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz: "Meu filho!, e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que, nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!

© Giuseppe Ghiaroni