sexta-feira, 31 de julho de 2009

Olga Kapatti



Reflexão:
Minha Força!

Posso pisar sobre cacos
que não terei meus pés cortados.
Ao contrário, esmago-os
transformando-os
em pó acetinado
para mais tarde usá-lo
como brilho de minh'alma!!!

© Olga Kapatti.K
São José do Rio Preto (SP) - Brasil


Conheça a AVPB, Academia Virtual criada por Olga Kapatti
e sua página pessoal, clicando aqui.


Seus E-books:
AVPB
AVBL

Minha singela homenagem à Olga, que abriu as portas da Academia Virtual Poética do Brasil para acolher minhas letras. Obrigada, querida Olga, certamente estás brilhando na Academia Celestial.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sandra Lúcia Ceccon Perazzo



Oculta de Mim

Ausente de ti,
Não sei mais do amor,
Da saudade, da tristeza,
Da dor, da alegria,
Muito menos da euforia...

Oculta de mim,
Nada sei da paz,
Da felicidade, da bondade,
Do afeto, da doçura,
Muito menos da candura...

Ausente de ti,
Oculta de mim,
Sem protesto,
Afogada no mar do vir-a-ser,
Com as emoções queimadas,
Por descuido que pousaram,
Nos sonhos do amor imaginário,
Sou a serenidade nua, dourada,
De quem nada mais espera...

Nós, ausentes e ocultos de nós,
Mortalmente feridos,
Pelos golpes dos remorsos,
Sem invocar as sagas do que fomos,
Despidos das fantasias,
Não somos mais nada...

© Sperazzo
São Paulo (SP) - Brasil

03/09/2008

Conheça mais textos de Sperazzo aqui

Michael Jackson



Personalidade controversa, mas inegavelmente um grande artista, Michael Jackson deixa uma obra a ser lembrada para sempre. Apreciem um momento intimista do Rei do Pop, interpretando Gone too Soon, música composta por Larry Grossman e Buz Kohan. Esta canção não fez sucesso, e Michael só a apresentou na festa de posse do Presidente Bill Clinton, em 1993. O astro dedicou a canção ao seu amigo Ryan White, portador de hemofilia desde os 6 anos de idade, vitimado pela AIDS aos 19 anos, após ser contaminado em uma transfusão de sangue.

Clicando aqui vocês também poderão assistir ao vídeoclipe oficial dessa mesma composição.

Mais dois grandes momentos de Michael Jackson:
Thriller (completo)
Billie Jean

Eis a tradução de Gone too Soon: coincidência?
Acabou tão Rápido
Como um cometa
Cruzando o céu ao anoitecer
Acabou tão rápido...
Como um arco-íris
Sumindo em um piscar de olhos
Acabou tão rápido...
Brilhante, cintilante
E esplendorosamente radiante
Aqui um dia
Tornou-se noite
Como a falta da luz do sol
Em uma tarde nublada
Acabou tão rápido...
Como um castelo
Construído na areia da praia
Acabou tão rápido...
Como uma flor perfeita
Que está fora do seu alcance
Acabou tão rápido...
Nascido para alegrar, inspirar, encantar
Aqui um dia
Tornou-se noite
Como um pôr-do-sol
Morrendo com o nascer da lua
Acabou tão rápido...
Acabou tão rápido...

Guilherme de Almeida



Nós

Quando as folhas caírem nos caminhos,
ao sentimentalismo do sol poente,
nós dois iremos vagarosamente,
de braços dados, como dois velhinhos,

e que dirá de nós toda essa gente,
quando passarmos mudos e juntinhos?-
"Como se amaram esses coitadinhos!
como ela vai, como ele vai contente!"

E por onde eu passar e tu passares,
hão de seguir-nos todos os olhares
e debruçar-se as flores nos barrancos...

E por nós, na tristeza do sol posto,
hão de falar as rugas do meu rosto
hão de falar os teus cabelos brancos.

Guilherme de Andrade e Almeida
"O Príncipe dos Poetas Brasileiros"
(In Nós – 1917)

domingo, 26 de julho de 2009

Mensagem - Luiza Possi



Homem-máquina

Nossa sociedade. Nós. Homens. Humanos. Máquinas. Onde nos perdemos? Quando realmente nos encontramos?
Acho que não existe outro período na História onde tivemos tanta liberdade quanto temos hoje, nenhum tipo de repressão, nem oposição a nada. Podemos tanto e essa talvez seja a maior repressão, a maior barreira entre as pessoas.
A sensação de poder fazer o que quiser gera a vontade de fazer tudo ao mesmo tempo. A internet se aproxima da velocidade da luz, nos possibilitando falar com todos, de uma só vez.
Quantidades exorbitantes! E a qualidade?
Acho que é mais fácil dizer para muita gente ao mesmo tempo que você está entrando no carro e indo ao supermercado do que sentar com um amigo e falar do que realmente nos faz bem, e do que nos faz mal. O conceito de se relacionar está mudando, não sabemos ainda muito bem para onde.
Comecei a pensar seriamente sobre isso no dia em que encontrei pessoalmente um grande amigo que conversava toda noite comigo pelo Messenger, foi tão estranho... Na época e pelo tipo de conversa que tínhamos, eu poderia dizer que ele era meu melhor amigo, e de repente nos vimos ali, completamente sem graça, sem saber sobre o que falar, então eu dei o primeiro passo e perguntei se ele estava melhor. Ele riu e falou:
— Te respondo mais tarde no MSN.
Seria mais fácil assim, a gente já se conhecia naquele esquema, aquela era a nossa relação possível. Era menos assustador lidar com a minha interpretação de suas palavras, do tom de voz que eu imprimia em cada frase, da risada que eu via passando na minha cabeça e que talvez ele nunca tivesse dado. Era a minha relação com a minha imaginação através da sugestão dele.
Imaginem, então, se o Twitter promovesse um encontro entre as pessoas que postam mensagens o dia inteiro, dando as coordenadas de cada passo de suas vidas, e seus seguidores que acompanham fervorosamente cada informação. Como seria? O que diriam uns aos outros? Seria confortável saber quem são as pessoas que sabem tanto da sua vida? Que tipo de intimidade é criada entre essas pessoas? Às vezes acho que jogamos essas preciosas informações de nossas vidas à deriva, sem direcionar a verdade para ninguém.
Preenchemos esse espaço em branco do mundo virtual de nós mesmos e não absorvemos de fato nenhuma informação do outro.
O mundo virtual está diretamente relacionado ao mundo imaginário, e nenhum é de fato palpável. E assim somos cada vez mais livres e mais entocados em nossos planetas particulares, nos privando da troca construtiva com o outro, ficando apenas com a ideia de se comunicar.
Acho que tudo tem dois lados e até mais. Usar a internet para expandir nossas fronteiras, manter contato com pessoas que estão distantes, poder divulgar nosso trabalho para quem tiver interesse é fantástico, é o ápice da democracia, todos nós podemos, não há hierarquia, além de uma série de outras vantagens. Mas a questão que me inquieta é que ainda somos pessoas que precisam urgentemente voltar a se relacionar com o mundo real, com os gestos reais que vêm do outro, poder reagir de fato a uma ação sincera e espontânea que na verdade já é uma reação da nossa ação de estar ali presente, disposto e disponível.
Falta de tempo é a nossa grande aliada na hora de ter uma desculpa para não podermos nos encontrar, mas tempo é a única coisa que temos nesta vida.

Luiza Possi é cantora
Revista O Globo – 12/07/09

Perpetuum Jazzile



"O palco é a nossa tela, as nossas vozes são as nossas cores. Nós as misturamos e as unimos para criar obras-primas."

Perpetuum Jazzile é um coral esloveno conduzido pelo maestro Tomaz Kozlevcar e tem mais de 25 anos de carreira. Passou a ser conhecido depois que foi descoberto no Youtube com a música Africa, da banda Toto.
Formado por 42 componentes, eles emocionam seu público com um programa colorido, canto extraordinário e alegria única, como bem definido em seu site oficial. Eles se apresentam cantando em português, inglês, espanhol e esloveno.
Além da música Africa, já linkada acima, selecionei mais apresentações do coral, deliciem-se:

Bee Gees Medley
Brez besed / Eres Tu
Manhã de Carnaval
Cudna Noc (Strange night)
Girl from Ipanema
As
Aquarela do Brasil, com a participação do conjunto BR6
Mas Que Nada
Só Danço Samba
Kradeva brez vere & Soba 102

Ana Suzuki



Serenidade

Virei água morna,
que se recusa a ferver
e tampouco a esfriar.
E quero manter-me assim,
sem arrepios de gelo
nem tremores de fervura.

Virei rio de planície,
sem securas na vazante
ou desatinos na enchente.
Já não corro, só deslizo.
Entre lírios e serpentes,
eu deslizo.

(In Bodas de Coral)
© Ana Suzuki
Campinas (SP) – Brasil

Conheça a obra de Ana Suzuki na Del Nero Virtual Bookstore.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Lenya Terra



Desvenda-me

Não venha me falar de razão,
Não me cobre lógica,
Não me peça coerência,
Eu sou pura emoção.
Tenho razões e motivações próprias,
Sou movido por paixão,
Essa é minha religião e minha ciência.
Não meça meus sentimentos,
Nem tente compará-los a nada,
Deles sei eu,
Eu e meus fantasmas,
Eu e meus medos,
Eu e minha alma.
Sua incerteza me fere,
Mas não me mata.
Suas dúvidas me açoitam,
Mas não deixam cicatrizes.
Não me fale de nuvens,
Eu sou Sol e Lua,
Não conte as poças,
Eu sou mar,
Profundo, intenso, passional.
Não exija prazos e datas,
Eu sou eterno e atemporal.
Não imponha condições,
Eu sou absolutamente incondicional.
Não espere explicações,
Não as tenho, apenas aconteço,
Sem hora, local ou ordem.
Vivo em cada molécula,
Sou o todo e sou uno,
Você não me vê,
Mas me sente.
Estou tanto na sua solidão,
Quanto no Teu sorriso.
Vive-se por mim,
Morre-se por mim,
Sobrevive-se sem mim.
Eu sou começo e fim,
E todo o meio.
Sou seu objetivo,
Sua razão que a razão
Ignora e desconhece.
Tenho milhões de definições,
Todas certas,
Todas imperfeitas,
Todas lógicas apenas
Em motivações pessoais,
Todas corretas,
Todas erradas.
Sou tudo,
Sem mim, tudo é nada.
Sou amanhecer,
Sou Fênix,
Renasço das cinzas,
Sei quando tenho que morrer,
Sei que sempre irei renascer.
Mudo a protagonista,
Nunca a história.
Mudo de cenário,
Mas não de roteiro.
Sou música,
Ecôo, reverbero, sacudo.
Sou fogo,
Queimo, destruo, incinero.
Sou água,
Afogo, inundo, invado.
Sou tempo,
Sem medidas, sem marcações.
Sou clima,
Proporcional a minha fase.
Sou vento,
Arrasto, balanço, carrego.
Sou furacão,
Destruo, devasto, arraso.
Mas também sou cimento, sou tijolo,
Construo, recomeço...
Sou cada estação,
No seu apogeu e glória.
Sou seu problema
E sua solução.
Sou seu veneno
E seu antídoto
Sou sua memória
E seu esquecimento.
Eu sou seu reino, seu altar
E seu trono.
Sou sua prisão,
Sou seu abandono e
Sou sua liberdade.
Sua luz,
Sua escuridão
E seu desejo de ambas,
Velo seu sono...
Poderia continuar me descrevendo
Mas já te dei uma idéia do que sou.
Muito prazer, tenho vários nomes,
Mas aqui, na sua terra,
Chamam-me de AMOR.

Helena B. Mendonça
Lenya Terra®
Astorga (PR) – Brasil

Conheça mais poemas de Lenya Terra clicando nos endereços abaixo:

- Grupo Ecos da Poesia
- Varanda das Estrelícias

domingo, 19 de julho de 2009

Ernesto Cortazar



"Ernesto Cortazar nasceu na cidade do México e seu pai, também batizado Ernesto Cortazar, foi o Presidente Fundador da Sociedade de Compositores do México (SACMA).

Com 13 anos de idade, Cortazar perdeu tragicamente seus pais em um acidente de carro e, apesar da grande perda, continuou seus estudos de música, sendo que aos 17 anos de idade começou a musicar filmes de longa-metragem. Aos 18 anos, ganhou o prêmio de Melhor Fundo Musical Para um Filme Latino-americano, no Festival Internacional de Cartagena, Colômbia, com a música “River of Dreams”, que passou a nomear um de seus álbuns de maior sucesso.
Desde então, musicou mais de 500 filmes mexicanos e internacionais.

Cortazar converteu-se no artista nº 1 de MP3.com, durante os anos de 1999 e 2001, conseguindo mais de 14 milhões de downloads, entre 130.000 artistas independentes.
Suas páginas na Internet foram visitadas por mais de 4 milhões de pessoas, além de vender mais de 30.000 discos em 69 países, sem ter nenhum contrato fonográfico com gravadoras.

No ano de 2001, Cortazar mudou-se de Los Angeles para Tampico, no México, a fim de viver seus últimos anos junto à sua família, enfrentando uma dura batalha contra o câncer, vindo a falecer no ano de 2004.

Atualmente, seus filhos Ernesto Cortazar III e Edgar Cortazar continuam o legado musical da família Cortazar, sendo reconhecidos e premiados compositores do mercado Latino."

Fonte: www.ernestocortazar.net

O site oficial do pianista, criado neste ano e sob supervisão de seu filho Ernesto Cortazar III, contêm vídeos musicais, partituras, além da disponibilização de músicas no Itunes.

É com grande admiração e gratidão que divulgo, neste espaço, um pouco da sensibilidade magistral do pianista Ernesto Cortazar. Suas composições e interpretações foram e ainda são fontes de inspiração para a criação dos meus poemas.


As Time Goes By
Beethoven’s Silence
Blue Waters
Don’t Leave Me
Forever You And I
I Surrender To Your Love
Intermezzo
Juliett
Just For You
L’adieu
La Vida Es Bella
Leaves in The Wind

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sonia Pallone



Palavra Muda

"... Dói tanto saber
Que este silêncio tolo que se arrasta comigo
Cresce no dia a dia,
Me envolve, assombra e arrepia
Dança, embebeda e nem assim
Me serve de consolo...

Dói-me saber
Que esta palavra muda
Que escorrega tranquila na garganta,
Provoca, fere e me espanta o interior...
Remexe, brinca e não resolve,
Nada muda...

Dói-me saber enfim
Que amordaçada, a boca se reprime
E acorrentados,
Os pés e mãos de gestos descontentes
Desistem da luta,
Adormecem,
E eu fico com a minha dor
Sem saber de nada..."

© Soni@ Pallone
Atibaia (SP) – Brasil

Visite Sonia Pallone em:
Solidão de Alma
Fragmentos Poéticos

Nídia Vargas Potsch



Defeitos e imperfeições!

Laços rompidos dos muitos abraços
Que nos tornavam unos e poderosos.
Desmancharam-se os nós que os atavam
Presos em devaneios mais que calorosos...

Ficamos soltos no cais da vida. À deriva!
Ao sabor do tempo, na canção da Vida.
Inclemente espera... calejada... sofrida...
Seria a tão liberdade pretendida?

Na instabilidade dos erros cometidos
Com as verdades do silencio que fala e cala
A certeza de que a lição a ambos serviu...

Olhares perdidos... feridos... oprimidos...
Nesta mescla de emoções em desvario, só
Caberá a nós um desafio... Quem mentiu?!

© Nídia Vargas Potsch - @Mensageir@
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
17/06/2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Laura B. Martins



Tanto que eu não disse...

Era tanto o que eu não disse...
tanta palavra abafada...
Medo de dizer tolice
ou, talvez, ressabiada.

Era tanto o que eu não disse...
emudecida, engasgada...
E sempre aquela mesmice
que engoli, boca fechada.

Tantos anos se passaram,
tão pouco que os colorisse.
Defeitos me apregoaram

até chegar a velhice.
Agora, os sapos saltaram
e digo o que nunca disse!

20/03/2009

© Laura B. Martins
Lisboa - Portugal
Soc. Port. Autores nº 20958

http://laurabmartins01.blogs.sapo.pt

Mensagem - Alexandre Pelegi



Relógio do coração

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente. Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia. Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário nos mostrar que ficaram por anos em nossas agendas. Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.

Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na Terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas. E há casamentos que, ao olharmos para trás, mal preenchem os feriados da folhinha. Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembrança de horas. Há eventos que marcaram, e que duram para sempre - o nascimento do filho, a morte da avó, a viagem inesquecível, o êxtase do sonho realizado. Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra "eternidade".

Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo. Mas conforme meu espírito houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz estava eu na ocasião. O relógio do coração - hoje descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso. Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.

Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo. É olhar as rugas e não perceber a maturidade. É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida. Pense nisso. E consulte sempre o relógio do coração: ele lhe mostrará o verdadeiro tempo do mundo.

Alexandre Pelegi
http://www.primeiroprograma.com.br/site/website/blog/pelegi/

Célia Jardim e Marise Ribeiro



Agradeço à Célia Jardim pelo presente e convido você a assistir a seu belo vídeo-arte. Para melhor apreciação do vídeo, não se esqueça de dar pausa na playlist musical deste blog.

Luís de Camões



Soneto

Ditoso seja aquele que somente
se queixa de amorosas esquivanças;
pois por elas não perde as esperanças
de poder n'algum tempo ser contente.

Ditoso seja quem, estando ausente,
não sente mais que a pena das lembranças;
porqu'inda que se tema de mudanças,
menos se teme a dor quando se sente.

Ditoso seja, enfim, qualquer estado
onde enganos, desprezos e isenção
trazem o coração atormentado.

Mas triste quem se sente magoado
d'erros em que não pode haver perdão,
sem ficar n'alma a mágoa do pecado.

Luís Vaz de Camões – Série Sonetos
Leia mais poemas de Camões clicando aqui.