terça-feira, 30 de junho de 2009

Ruth Gentil Sivieri



Destroços

Quando a saudade joga o negro manto
Sobre os escombros pálidos da dor
Minh´alma se desfaz em triste pranto
Rasgando o tempo pérfido do amor.

Debaixo desse manto estão os sonhos
Que acalentei durante toda a vida
Dependurados são até bisonhos
Receio de ver só uma despedida.

O tudo que sonhei agora é nada
Um nada que pensei ser quase tudo
A se esvair mais rápido no adeus

No oceano de uma vida bem aguada
Ver ruir os lindos sonhos nem me iludo
Só entrego o sofrimento para Deus.

© Ruth Gentil Sivieri
Esmeraldas (Grande BH), MG – Brasil

http://www.ruthgentilsivieri.prosaeverso.net/

Pierre-Auguste Renoir



As Meninas Cahen d'Anvers (conhecido como "Rosa e Azul"), pintado por Renoir em 1881

Pierre-Auguste Renoir foi um dos mais importantes nomes do movimento impressionista.

Sua obra foi influenciada pelo sensualismo e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza de seu ofício anterior como decorador de porcelana. Seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável aos olhos. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma – como podemos ver na longa série Banhistas.

Em 1862 após juntar dinheiro com seu trabalho, Renoir realiza seu sonho: aos 21 anos muda-se pra Paris e entra para a École des Beaux-Arts de Paris. Entra também para o ateliê de Charles Gleyre e assistindo às aulas no ateliê, além de aperfeiçoar a sua técnica, conquista a amizade de Alfred Sisley, Monet e Bazille, com quem compartilha dias de muita conversa e teorização em Paris e de árduo trabalho em Argenteuil, pintando ao ar livre.

Em 1865, consegue que dois trabalhos sejam aceitos e expostos no Salão Oficial: “Retrato de William Sisley" e "Uma tarde de verão".

Em 1868 começa a trabalhar junto com Monet, um dos velhos amigos da loja de Gleyre. Passam a pintar juntos, perto de Paris, onde Monet tem uma casa que se torna ponto de encontro daqueles novos pintores.
Em 1874, cansados de serem rejeitados, Renoir e outros artistas organizam a primeira exposição. A exposição não teve sucesso financeiro, mas rendeu aos expositores o título de "impressionistas", para ridicularizá- los. Termina a obra "O Dançarino" e em seguida "Moulin of the Galette". Renoir confirma-se como um dos representantes mais notáveis no impressionismo.

Em 1876, durante a segunda Exposição Impressionista, Renoir apresenta 15 trabalhos, período no qual seus quadros já agradavam, como a obra "Madame Charpentier e suas filhas" alcançando um enorme sucesso na exposição do Salão em 1879.

Em 1881 Renoir vai para a Itália. Ele fica tão impressionado com o trabalho dos renascentistas italianos que chega à conclusão de que nada sabia de desenho, e muito pouco de pintura. É a partir desse instante que o artista firma o seu traço, e abandonando a maneira impressionista de aplicar as tintas em pequenas pinceladas, passa a usar o método de espalhá-las em camadas e vernizes. Satisfeito com aquele trabalho e com uma estabilidade econômica que adquirira, torna-se um artista mais austero e mais clássico, sem abandonar o brilho de coloração característico do impressionismo. Aqui podemos destacar "Jovem nadador" e "A toilette", entre outros.

Renoir passa então a criar as suas próprias técnicas

O quadro "Guarda-chuvas", iniciado em 1880 e terminado em 1886 é uma composição cheia de planos de cores.
Em sua criatividade, Renoir descobre que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis. Passa então a combinar o que havia aprendido sobre cor, durante seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado é uma série de obras-primas. O reconhecimento oficial vem em 1892 quando o governo francês compra "Ao Piano".

Em 1888, visitando Lézanne em Aix-en-Provance, Renoir descobre Cagnes que passa a ser sua residência de inverno. Talvez por isso tenha começado a sofrer de artrite e reumatismo.
Renoir sente cada vez mais dificuldades para segurar os pincéis, em virtude da piora da artrite. Tem de amarrá-los às mãos. Começa também a esculpir, na esperança de poder expressar seu espírito criativo através da modelagem. Para isso ele precisa da ajuda de dois jovens artistas: Richard Gieino e Louis Morel, que trabalham seguindo as instruções de Renoir. Ainda assim, Renoir contina trabalhando até o último dia de sua vida. As esculturas, apesar de não terem sido modeladas por Renoir, apresentam todas elas as características do seu estilo. Elas foram depois vazadas em cobre por instâncias do coletor e comerciante Ambroise Vollard.

Sua esposa, Alice Charigot morre em 1915. Em agosto de 1919, Renoir é levado por amigos ao Museu do Louvre para ver lá, pela primeira vez, seu trabalho exposto: "Sra. Charpentier e as suas filhas". No Louvre está também a obra terminada em 1918: "As Banhistas". Renoir morre em Cagnes, no dia 3 de dezembro de 1919, aos 78 anos.
Fontes: Wikipedia
Clique aqui e conheça o acervo de 101 reproduções das pinturas de Renoir

Walter Pereira Pimentel



Metáfora

A antítese de tudo:
Como o não que se contrapõe ao sim
A noite ao dia, o começo ao fim...
Eu sou assim, contudo

Quando ensaio voltar ao passado
Por caminhos, no tempo perdidos
Tropeço em desejos reprimidos
Mergulho em águas de sonhos mofados

Torno-me sombra, miragem
Apenas imagem
Distorcida da realidade

De uma vida fragmentada
Que faz de mim, na verdade
Metáfora, de tudo e de nada!

© Walter Pereira Pimentel
Vitória (ES) - Brasil

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Rafael Martí



A Verdadeira Arte de Gostar de Mulher

Nos meus tempos de graduação em jornalismo na Uerj, fui assistir a uma palestra do fotógrafo André Arruda, que foi do JB, Globo e trabalhava, entre outras coisas, com moda. Em determinado momento da palestra ele relatava a sua experiência em fotografar nu artístico e soltou a seguinte frase: "para fotografar nu feminino é preciso gostar de mulher". Eu sorri, porque na minha cabeça aquilo parecia óbvio, mas antes que alguém comentasse ele completou.
- Não se trata de gostar de mulher no sentido sexual, ter tesão por mulher nua. Isso pode ter também. Mas se trata de gostar de mulher em um sentido mais profundo. Gostar do universo feminino. Observar que cada calcinha é única, tem uma rendinha diferente e ficar entretido com isso - afirmou.
Concordo com o conceito do Arruda sobre gostar de mulher. Não basta ser heterossexual, o machão latino. Para gostar de verdade de uma mulher são necessários outros requisitos que são raros. Por isso a mulherada anda tão insatisfeita. Sensibilidade é fundamental. Paciência também. O homem que não tem paciência para escutar a necessidade que a mulher tem de falar, ou sensibilidade para cativá-la a cada dia não gosta de mulher. Pode gostar de sexo com mulher. O que é bem diferente.
Gostar de mulher é algo além, é penetrar em seu universo, se deliciar com o modo com que ela conta todo o seu dia, minuto por minuto, quando chega do trabalho. Ficar admirando seu corpo, ser um verdadeiro devoto do corpo feminino, as curvas, o cabelo, seios. Mas também cultuar a sagacidade feminina, sua intuição, admirar seu sorriso que é muito mais espontâneo que o nosso. Gostar de mulher é querer fazer a mulher feliz. Levar flores no trabalho sem nenhum motivo a não ser o de ver seu sorriso.
É escutar pacientemente todas as queixas da chefa rabugenta, que provavelmente é assim porque seu homem não gosta de mulher. O homem que gosta de mulher não está preocupado em quantas mulheres ele comeu durante a vida, mas sim com a qualidade do sexo que teve. Quantas mulheres ele realizou sexualmente, fazendo-as se sentirem desejadas, amadas, únicas, deusas, na cama e na vida. O homem que gosta de mulher não come mulher. Ele penetra não só no corpo, mas na alma, respirando, sentindo, amando cada pedacinho do corpo, e, é claro, da personalidade.
Para amar verdadeiramente uma mulher o homem deve ser totalmente fiel, amá-la até a raiz dos cabelos. Admirá-la, se deixar apaixonar todo dia pelo seu sorriso ao despertar e principalmente conquistá-la, seduzi-la, como se fosse a primeira vez. O homem que não tem paciência, nem tesão, nem competência para lhe seduzir várias e várias vezes, esse, minha amiga, não se iluda, não gosta nem um pouco de mulher.
Conquistar o corpo e a alma de uma mulher é algo tão gratificante que tem que ser tentado várias vezes. E isso nos dá a dimensão do impenetrável universo feminino. Mas atenção amigos que gostam de mulher: gostar de mulher e penetrar em seu universo não é torná-las cativas e sim libertá-las, admirá-las em sua insuperável liberdade.
Como se vê, gostar de comer mulher é fácil. Agora gostar de mulher é dificílimo. Precisa ser macho de verdade para isso. Quem se habilita?

Rafael Martí é jornalista e adora mulher, mas só tem olhos para sua morena.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

André Rieu e Johann Strauss Orchestra


André Léon Marie Nicolas Rieu, conhecido artisticamente como André Rieu, nasceu em Maastricht, Holanda, tornando-se o maior violinista, maestro e compositor holandês da atualidade.
Em 1987 criou a "Johann Strauss Orchestra" e, neste ano de 2009, está completando 30 anos de turnês pelo mundo.
Em seu primeiro tour pela Europa fez renascer o interesse pela valsa, ficando conhecido como o rei da valsa (King of Waltz).
Rieu e sua orquestra têm se apresentado por toda a Europa, América do Norte e Japão. Em Setembro de 2007 apresentou-se também na Austrália.
O maestro detém vários prêmios, incluindo o World Music Awards. Seu violino é um Stradivarius de 1667.
Enquanto André Rieu não nos presenteia com shows no Brasil, resta-nos apreciá-lo em CDs, DVDs e vídeos espalhados pela internet.

O Dia dos Namorados está se aproximando, e eu deixo de presente aos apaixonados pela boa música e pelo romantismo da data alguns vídeos de André Rieu e sua fabulosa Johann Strauss Orquestra.
Na sequência abaixo, em 4 partes, o DVD Romantic Moments, onde poderão apreciar belos momentos do violonista:
Clicando em Bolero de Ravel, acompanhem a magnífica performance da Johann Strauss Orquestra

E para encerrar, emocionem-se com a nossa Manhã de Carnaval, apresentada pelas solistas da orquestra, duas delas genuinamente brasileiras.

Para saber mais sobre André Rieu e sua orquestra é só visitar seu site oficial, clicando na imagem acima.

Augusto dos Anjos



Mágoas

Quando nasci, num mês de tantas flores,
Todas murcharam, tristes, langorosas,
Tristes fanaram redolentes rosas,
Morreram todas, todas sem olores.

Mais tarde da existência nos verdores
Da infância nunca tive as venturosas
Alegrias que passam bonançosas,
Oh! Minha infância nunca teve flores!

Volvendo à quadra azul da mocidade,
Minh'alma levo aflita à Eternidade,
Quando a morte matar meus dissabores.

Cansado de chorar pelas estradas,
Exausto de pisar mágoas pisadas,
Hoje eu carrego a cruz das minhas dores!

Augusto dos Anjos
(in Eu – 1912)

Carmo Vasconcelos



Uma singela montagem feita por mim para a sensibilidade poética de Carmo Vasconcelos. Clique na imagem para melhor visualização.
Visite o blog Rompendo Amarras da Poeta Carmo Vasconcelos.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sílvia Schmidt



Entre o Ego e a Alma

Enquanto pensamos que a morte é o que mais separa as pessoas, o EGO, desde sempre, vem fazendo esse "serviço" muito mais do que ela.
Não há nada que vença o EGO em termos de separações.
E como é que ele age?
- No casamento e nas relações amorosas: em nome da "incompatibilidade de gênios", homens e mulheres se separam, sem darem chance à flexibilidade que faria com que ambos - de comum acordo - cedessem um pouco.
Não! Para o EGO não tem acordo quando se trata de ceder.
Seria "rebaixar-se"! Ele só entende assim.
- Nas amizades: uma atitude ou palavra mal colocadas são, muitas vezes, suficientes para que amigos se separem, deixando cair no esquecimento as tantas coisas boas que fizeram brotar uma tão valiosa amizade.
Não! O EGO não admite erros nem pedidos de perdão.
Seria abrir mão da punição! Ele só entende assim.
- Nas famílias: tantos pais, irmãos e filhos se separam, só pela necessidade de impor suas vontades, de ver "quem manda aqui", quem ganha a condição de dono da última palavra. Na maioria dos casos, numa reunião familiar, e com um pouco de humildade todos saberiam até onde ir e quando parar.
Não! O EGO quer deter o poder sobre tudo e sobre todos.
Limites seriam um caso de obediência! Ele só entende assim.
- Nas carreiras: pessoas escolhem seguir a mesma carreira ou carreiras diferentes, e muitas dessas pessoas gastam a melhor parte da sua vida competindo, vigiando, farejando os passos das outras, dada a precisão de ser "a melhor". A consciência de que "o sol nasceu para todos" faria isso parar.
Não! O EGO quer ganhar sempre, custe o que custar.
Aceitar vitórias alheias seria fracassar! Ele só entende assim.
Em toda situação conflitiva que determina separaçõeso EGO se faz presente e sempre quer ganhar.
É nos carros, em brincadeiras desnecessárias; é no trabalho, em críticas contra colegas; é nas escolas, em exibições de notas; é nas guerras, onde ganhar é questão de vida ou morte; é na vizinhança, em encrencas vulgares, e assim por diante... infinitamente...
Pense em algo similar, não citado aqui, e você notará que nele também está a ditadura do EGO.
Basta que o caso lembrado seja capaz de separar pessoas.
Não!
Não é a morte o que mais promove essas apartações.
É o EGO, o filho predileto do orgulho!
Sua ALMA e seu EGO ocupam o mesmo "castelo".
Deixe que sua ALMA seja a rainha vitalícia do lugar!
Ela é aquela parte sua que deseja Paz e Reconciliações.
O EGO é o mal dentro de você. Dê-lhe um "cala-boca" bem dado.
Assim - e só assim - a Vida lhe abrirá as portas da verdadeira e perene Felicidade.
© Sílvia Schmidt
São Paulo (SP) – Brasil
- junho de 2006 -
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Naidaterra



Não Quero Mais

Não quero mais ser uma peça
de um tabuleiro à espera de uma
jogada certa para viver pedacinhos
dos sentimentos meus...
Não quero mais ser felicidade contida
nos olhos meus e apenas sonhar
ilusões sem viver a realidade
dos desejos meus...
Não quero mais sentir a dor do ter e não ter,
do quando poderá ser e vegetar
na constante espera do não saber...
Não quero mais sentir a incerteza,
o imprevisto consumindo o meu Ser
deixando meus versos já incertos, inacabados...
Não quero mais estar em você...

© Naidaterra
São Paulo (SP) - Brasil

http://www.naidaterra.prosaeverso.net/index.php

Auguste Rodin



François-Auguste-René Rodin (Paris, 12 de Novembro de 1840 – Meudon, 17 de Novembro de 1917) fez suas primeiras esculturas na cozinha de sua mãe, com massa que ela usava para fazer pão. Aos 14 anos, aquele que seria um dos escultores mais geniais da história da arte, já tinha aulas numa pequena academia. Em pouco tempo era aceito na Escola de Artes Decorativas, ingressando depois na Academia de Belas-Artes. Trabalhou inicialmente como ornamentista, modelador, prático e cinzelador.
A exemplo do que tantas vezes aconteceu com os grandes artistas, a primeira obra de Rodin, O Homem de Nariz Quebrado (1864), não foi aceita no Salon de Paris. A justificativa do júri foi que a obra era um esboço, uma coisa inacabada. Paradoxalmente, toda a criação do escultor se basearia no conceito de "non finito". No ano de 1875, Rodin conheceu Meunier e realizou uma viagem à Itália, de importância fundamental para sua futura estatuária. Lá se interessou principalmente pela obra de Michelangelo, mais precisamente pela escultura O Prisioneiro, que o mestre deixou inacabada, influência esta que o libertou do academicismo. Na sua volta, o escultor visitou e estudou as catedrais góticas. Em pouco tempo criou seu famoso São João Batista Pregando (1878).
Na contemplação de fragmentos de esculturas clássicas, Rodin compreendeu até que ponto uma parte da obra era capaz de representar o todo dela. Assim, começou fazendo obras cerceadas, por assim dizer, algo que ninguém jamais havia tentado. Exemplo disso são O Homem que Caminha e Torso. No entanto, esses fragmentos de obras não eram produto de um capricho artístico. Na obra A Mão de Deus, há uma ambivalência de significados: a mão divina é na realidade a de um escultor em plena atividade. E foi exatamente o que Rodin tentou plasmar ao longo de toda a sua obra: o momento da criação. É por esse motivo que ele pode ser considerado um verdadeiro impressionista.
Sobre os Burgueses de Calais nos jardins da torre de Victoria, em Londres, não foram permitidas sob a lei francesa mais de doze cópias desta obra após a morte de Rodin . A cópia de Londres, comprada pelo governo britânico em 1911, é uma delas. Rodin duplicava frequentemente as suas estátuas. No caso dos Burgueses de Calais duas das cabeças do grupo escultórico são idênticas e uma terceira ligeiramente alterada. Algumas das mãos são também usadas duas vezes.
Suas obras mais célebres, O Beijo, que faz parte de uma série de esculturas realizadas para a Porta do Inferno, do Museu de Artes Decorativas, O Pensador, da mesma série, e o retrato de Balzac confirmam isso. Tem hoje um museu em Paris dedicado as suas obras e vida (o Museu Rodin), situado no Hôtel Biron.
Rodin teve como assistente a escultora Camille Claudel, com quem teve um romance e cujos trabalhos são muitas vezes confundidos com os de Rodin. Camille acreditava que Rodin queria se apropriar dos seus trabalhos. À época, foi considerada insana e terminou seus dias internada em um manicômio.
Rodin conquistou fama em vida, e suas obras chegaram a ser as mais apreciadas no mercado de arte europeu e americano. Hoje em dia encontram-se nos museus mais importantes do mundo.
Fonte: Wikipédia

Algumas frases de Rodin:

“A arte é a contemplação; é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que a natureza também tem alma.”

“O espírito esboça, mas é o coração que modela.”

“O mundo não será feliz a não ser quando todos os homens tiverem alma de artista, isto é, quando todos tirarem prazer do seu trabalho.”

Clique aqui e veja as esculturas de Rodin em outros importantes museus no mundo.

Tonho França



Sobre tristezas...

Tardes interrompidas
Por versos que não chego a completar
As mãos descansam sobre o papel e a pena,
É longa a pena de tanto lembrar.

O mesmo cachimbo, fiel companhia,
O copo de uísque aguarda calado.
Os dedos que procuram ao piano,
O ritmo que nos mantinha afinados.

A vida anoitece com as badaladas,
Como doze vezes real certeza,
Ser a solidão sina já declarada.

Meus muros ruíram, só, sem defesas,
Sorvo da lua embriago-me de estrelas,
E os dedos tocam-te: Partituras de tristeza.

© Tonho França
Guaratinguetá (SP) - Brasil

Tonho França Web Site

Recanto das Letras

Del Nero Virtual Bookstore

The Beatles



Os "Garotos de Liverpool", ou "Fab Four" – Quarteto Fabuloso –, como eram chamados, obtiveram fama, popularidade e notoriedade até hoje inéditas para uma banda musical, e se tornaram a banda de maior sucesso e de maior influência do século XX.

Não há nada diferente a acrescentar aqui que ainda não tenha sido escrito ou dito sobre The Beatles, portanto é só curtir clicando na imagem ou passeando pelo site oficial do saudoso quarteto.

http://www.thebeatles.com/

Miguel Russowsky



Jóia Maior!...

Começo por supor, nos ares, o desenho
De um verso magistral procurando agasalho.
Cabe a mim (sou poeta) encontrar um atalho
Para vê-lo nascer nos recursos que tenho.

Com as rimas gentis nas estrofes, me empenho
Em ser original, (Poucas vezes eu falho),
Já nem ouso explicar se é prazer ou trabalho
Exibir ao leitor as farturas do engenho.

O esmeril dá-lhe o brilho e lhe poda as arestas...
Assim é que se faz um soneto bonito,
Para ser declamado em saraus ou em festas.

Ninguém pode dizer o valor de uma jóia,
Se polida não foi pela mão do perito.
É na lapidação que a beleza se apóia.

© Miguel Russowsky
Joaçaba (SC) - Brasil

Belvedere Bruno



A Parceria

De todos os lados, as opiniões convergiam: - "É o casal perfeito. Cúmplice e amoroso!", diziam. Por décadas, mantiveram-se em aparente estado de felicidade e realização.
Ela imaginava-se de cabelos brancos e bengala, ao lado daquele homem maravilhoso. Não tinha dúvida de que a relação seria a mesma, na alegria e na dor, até que a morte, a ceifadora, desfizesse aquela parceria. Temia tal momento e rogava aos céus para que ele fosse o primeiro a ser escolhido, pois tinha consciência da falta de estrutura emocional dele para absorver-lhe a partida. Ela, ao contrário, estaria preparada, devido aos anos de psicoterapia, sua religiosidade, seus amigos. Ele sempre fora um cético. Tinha pouquíssimos afetos, abominava religião e dizia não ser louco para entregar sua cabeça a psicoterapeutas. Ali residia o mérito daquela relação. Eram diferentes, mas se adaptaram para que vivessem pacificamente.
Eis que um dia, em plena avenida, ela tem um infarto agudo, e morre, sem ao menos ter tempo de ser socorrida. Ele manteve-se calmo e assim ficou até que o corpo fosse sepultado.
O padre, os amigos e vizinhos comentaram a força dele no momento, mas, depois de um mês, como ele continuasse aparentemente imune à dor da partida, pensaram na possibilidade de um "estado de choque", e chamaram um profissional para vê-lo, conversar com ele e saber o que realmente sentia.
- Livre das amarras! Por vinte e cinco anos, convivi com tudo o que não gostava: terços, bíblias, terapeutas, livros de Freud, Jung, teorias aos montes, que me enchiam a paciência, sempre tentando explicar o inexplicável. Tudo o que eu desejava era aproveitar a vida, longe dos amigos medíocres que ela trazia aqui pra casa. O que posso sentir agora, a não ser uma sensação de leveza e felicidade?
E tirou a cor azul da fachada da casa, colocando um tom terra; pintou de vermelho o quarto que fora do casal, para que a cor quente reacendesse as paixões. Aquele tom gelo, segundo ele, sempre fora um banho de água fria na vida sexual deles.
Da antiga decoração da casa, nada restara. Não tinha afinidade com nenhum dos objetos, mobiliário, biblioteca. Sobre a nova mesinha de cabeceira, o Kama-Sutra.
Todas as manhãs, cantarolando, regava seu canteiro, antes ocupado por plantinhas de temperos que ela utilizava nas refeições do dia-a-dia. Ali agora, havia as mais lindas flores, com diversos matizes, parecendo acompanhar o estado de alma daquele homem que, a partir de sua liberdade, se tornara cada dia mais feliz...

© Belvedere Bruno
Niterói (RJ) – Brasil

www.belvederebruno.prosaeverso.net

Eda Carneiro da Rocha



Se Eu Morrer Amanhã

Se eu morrer amanhã

quero te ter hoje,
te conhecer
e te amar.

Quero levar de ti,

os beijos que não troquei,
as carícias que não tive,
os abraços
que não dei.

As madrugadas que não vivi,

a cama vazia em que acordei,
sentindo-te contra mim,
me procurando sem te achar,
pois não estavas ali.

Estava a te procurar tanto

que passei pela vida e não te vi.
As lágrimas que verti,
os olhos cansados
olhando o infinito,
e vendo só a ti.

Se eu morrer amanhã,

quero a certeza
que te tive um dia,
para poder contar
aonde for
que foste meu
uma vez,
um minuto,
que não deu nem para um beijo,
pois estava tão perdida
que me perdi neste minuto.

Amando-te desta maneira,

passei pela vida
e nada vi,
pois só via a ti.
Nada mais procurava,
nem a ti achava...
Na minha loucura de te amar,
perdi a noção do tempo.
Te perdi
dentro de mim,
pois nunca o tive.

E, continuando essa busca,

se eu morrer amanhã,
serei feliz!
Te procurei,
não te encontrei
mas só te amei!

© Eda Carneiro da Rocha - "Poeta Amor"
Araruama (RJ) - Brasil
www.albumpoeticoeda.com.br