
Traduzir-se
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém,
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão;
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Deixo com vocês o poema de Gullar musicado por Raimundo Fagner, interpretado por ele e Chico Buarque. Não se esqueçam de acionar a pausa na playlist do blog.
Uma parte de mim
é todo mundo;
outra parte é ninguém,
fundo sem fundo.
Uma parte de mim
é multidão;
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera;
outra parte
delira.
Uma parte de mim
almoça e janta;
outra parte
se espanta.
Uma parte de mim
é permanente;
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem;
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?
Deixo com vocês o poema de Gullar musicado por Raimundo Fagner, interpretado por ele e Chico Buarque. Não se esqueçam de acionar a pausa na playlist do blog.
Um comentário:
Marise querida!
Parabéns pela linda atualização, destaco aqui o que mais gostei: Traduzir-se, de Ferreira Gullar, belíssimo!
Beijos com carinho
Simone
Postar um comentário