quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Feliz Ano Novo!



Tempo
Olavo Bilac

Sou o tempo que passa, que passa

Sem princípio, sem fim, sem medida!
Vou levando a ventura, e a desgraça,
Vou levando as vaidades da vida!

A correr, de segundo em segundo,

Vou formando os minutos que correm...
Formo as horas que passam no mundo,
Formo os anos que passam e morrem.

Ninguém pode evitar os meus danos...

Vou correndo sereno e constante:
Desse modo, de cem em cem anos
Formo um século e passo adiante.

Trabalhai porque a vida é pequena,
E não há para o tempo demoras!
Não gasteis os minutos sem pena!
Não façais pouco caso das horas!

Queridos amigos, vamos aproveitar o tempo da melhor maneira possível, cultuando o amor e a amizade, plantando as sementes da esperança e da fé num mundo melhor, distribuindo solidariedade, caminhando lado a lado com a ética e a justiça, exercendo a paz, preservando a natureza, acreditando em um alvorecer sem fome e indigência e acima de tudo dando valor ao nosso bem mais precioso: a vida.
Obrigada a todos que estiveram neste palco de emoções, atuando ou assistindo. Que no novo ano possamos continuar juntos, mantendo sempre acesa a nossa luz interior.
Feliz 2011!
Marise Ribeiro

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Gilda Haubert



Espírito de Natal

Estava eu no burburinho daquela rua, comprando presentes para o Natal, mas sentia-me vazia...
Porque presentes de Natal para quem tem tudo?
Não falta lar, não falta comida, não falta roupa, não falta nem felicidade!
Mas mesmo assim pensando, continuo. Compro presentes de Natal para meus filhos, meus amigos, para quem eu quero bem ou devo favores, coisas assim...
Gasto rios de dinheiro, canso meus pés e já sinto a hora de voltar para casa quando passo em frente de uma igreja.
Passar defronte de uma igreja me causa algum impacto, pedaços da infância que me voltam à mente! Mamãe me levava à igreja e dizia ali morar o Papai do Céu. Vamos fazer-lhe uma visita? Vamos agradecer a Ele tudo o que temos e somos. E entrávamos de mãos dadas, numa atitude de respeito nos benzíamos, nos ajoelhávamos e rezávamos:Pai Nosso, que estais no Céu...
E, recordando tudo isso é que, ao passar defronte daquela igreja, senti vontade de entrar. Não posso definir bem o sentimento que me levou a fazer esta visita ao Pai do Céu, mas entrei... e repeti o ritual, me benzi, me ajoelhei e comecei a rezar...não mais aquela reza de criança Pai Nosso que estais no céu...
Não queria mais o Pai no céu, eu O queria ali, bem perto de mim, pois com Ele por perto, as coisas mudariam... Por isso eu precisava Dele ali ao meu lado. Queria senti-lo bem próximo, tanto que até pudesse tocá-lo, se quisesse...
E continuei a rezar minha reza improvisada. Eram quase só pensares o que povoava minha mente e inquietava minha alma...
Mas, continuava sozinha naquela igreja silenciosa. Rezei, pensei, pensei... Rezei, pedi, pedi saúde para os meus, proteção e forças para seguir minha jornada e me preparei para sair.
Olhei mais uma vez para o Menino Jesus que estava nos braços de sua Mãe Maria naquele altar bonito! Ele era loiro, cabelo cacheado, acho que olhos claros..
E eu queria tanto que o Pai do Céu estivesse ao meu lado...
Dirigi-me à porta, silenciosa, cabeça baixa, ainda pensando no Jesus Menino tão singelo nos braços de sua Mãe Maria, quando nos degraus vi um menino estendendo a mãozinha para receber um troquinho...
Ele era loiro, cabelos cacheados e olhinhos claros talvez e eu queria tanto o Pai do Céu perto de mim que olhei novamente para aquele altar...
E Maria estava sem seu Filho nos braços...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Anna Peralva




Se Possível, Eu Queria...

Queria...
Ah, como eu queria!...
Ver fagulhas-brilhos luzindo
num crescente límpido manancial,
a luz mansa que transforma
apartando as forças do mal!
Queria, em gotas de emoção
o farol cristalino que alumia
corpo, alma e coração!

A pureza no olhar criança
aclarando almas arredias
oprimidas pela solidão!
O sorriso de amizade correndo
nas vestes de um novo tempo
e olhos-águas santas
lavando passados e tormentos.
A verdade em palavras mansas,
a paz laços-abraços construindo
num entrelace de mãos!
Ver, sentir a fé-força renascendo
orvalhada de esperança
nos votos castos da oração.

Queria de uma só vez
a vida sem faz de conta!
O Jesus Menino humilde
distanciando toda a altivez
trazendo floradas de harmonia
entre os povos do mundo
e a irmandade refletindo
qual milenar lampião.
Dos profundos mares fundos
a serenidade que aponta
em ondas suaves e diáfanas
o emergir da união!

Uma alvejada calmaria
da Terra Mãe fluindo
e a felicidade, elevando-se
às alturas atingindo.
Um clarão de bênçãos
fertilizando o nascer do dia.
No ventre de uma nova realidade
a bondade ressurgindo
sem mantos de vaidades.

Ainda, se fosse possível
eu queria:
mais homens e menos deuses!
O ser humano evoluindo
em sua espiritualidade
e altares falsos ruindo!
Queria mais chão floreado
e menos asfalto frio,
sombreado...
Uma estrada mais florida
de justiça e igualdade
a divina sabedoria
traçando nossa caminhada!

Que o eterno aprendiz “ser”
sempre soubesse
nas horas reconstruídas
a precisa valia
do seu desenvolvimento.
E que o querer ter
fosse o necessário
para se poder viver
dignamente,
sem distinção de criatura!

Que a liberdade
não tivesse correntes!
Que o real sentido da Natividade
estivesse intenso e presente
em todos os nossos dias.
Que o livre-arbítrio
não se descompassasse
trazendo atritos
à matéria fraca e sensível
pois não há quem não passe
nesta viagem de aprendizado.

Queria uma chama silente,
alva, como as claras manhãs
sussurrando todos os dias:
É NATAL!

E o amor, sentimento maior
acordando os amanhãs
num encanto sem igual!
Magia que se torna acessível
no perdão a ser conferido
no abençoar e ser abençoado
e agradecer sempre,
sem pressa para as preces!

É NATAL!
Não mais existe
sonho impossível!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Euriano Sales



O Nascimento de Jesus. Um Cordel Sobre o Natal

Dos doze meses do ano

O de dezembro é o mais bonito
Todo mundo prega a paz
Confraternizam em nome de Cristo
Mas ai daquele que não der um presente
Pode gerar até um conflito

É verdade, é assim que acontece
E por favor não me interprete mal
Pois esse mês tão lindo que eu disse
Também é o mês mais comercial
Nascimento de quem? Jesus?
Eu quero é meu presente de natal

Ninguem lembra do começo de tudo
Mas pode deixar, vou refrescar sua memória
Há muito tempo, lá em Belém
Deu início a essa bela história
Do verdadeiro dono da festa
Digno de toda honra e glória

Houve um período na história
Que Deus se calou pro seu povo
Foram cerca de 400 anos
Até surgir um profeta novo
O nome dele seria João
Responsável por esse renovo

Zacarias era um homem bem velho
E Isabel também bem veinha
Ter um minino nessa altura do campeonato
Só podia ser piada de vizinha
Mas como Deus não é homi de piada
Fez nascer justo de onde não vinha

Gabriel, o arcanjo do Senhor
Disse a Zacarias que ele ia se papai
O homi se espantou com aquilo
E disse que não, jamais
Gabriel olhou e disse pra ele:
Tu pensa que eu sou anjo paraguai?

Eu sou é servo de Deus
Que mandou esse recado trazer
Mas como você tá duvidando
Se prepare pro que eu vou fazer
Vai ficar sem falar uma ruma de dia
Até o minino nascer

E assim foi o acontecido
Isabel, bem veinha, embuchou
Zacarias continuava mudo
Mesmo assim a Deus adorou
A mulher já tava com seis meses
Quando o anjo do céu retornou

Mas dessa vez bateu noutra porta
Na de Maria, prima de Isabel
Ela era uma moça bem jovem
Abençoada por Deus, mulher fiel
Ele disse que ela ia ter um minino
Jesus, o nazareno, o Emanuel

Por ser virgem ela achou impossível
Mas não quis do senhor duvidar
Já José, seu noivo na época
O casamento ele quis cancelar
Mas o anjo explicou tudinho
E José se apressou pra casar

Deus quando fala, fala é direito
E toda promessa Dele é confirmada
Esse negócio que o Senhor mandou dizer
Sem confirmação é tudo furada
Tu acredita que Deus confirmou ainda mais
A promessa que já foi aprovada?

Maria foi visitar Isabel
E na chegada a cumprimentou
Isabel quando viu Maria
O minino no bucho balançou
Sabia nem que a outra tava gravida e disse:
Acredite Maria, no que o anjo falou.

Isabel teve o minino
E o povo doido pra saber o nome
Disseram pra por Zacarias Filho
Ela disse que era João e batista o sobrenome
Eles insistiram em chamar Zacarias
E o pai sem falar, escreveu sem cognome

Cognome é o mesmo que apelido
Ele escreveu bem direitin o nome de João
Poderia ter escrito Joazin
Mas o anjo não tava de brincadeira não
Zacarias voltou a falar
E essa história correu a região

Naquela época também tinha IBGE
Que contava o tamanho da população
Mas se eu sou do ceará e morava em alagoas
A contagem não valia não
Tinha que voltar pra minha terrinha
E me apresentar ao escrivão

Foi numa dessa que nasceu Jesus.
José e Maria moravam em Nazaré
Foram a Belém pra tal contagem
150 kilômetros de viajem a pé
O jumentinho era só pra Maria
Coitado dos pés de José

A cidade tava lotada
Não tinha vaga em nenhuma pensão
O minino se aprontou pra nascer
Maria já tava com um barrigão
Correram pra uma estrebaria
E cadê ter médico de plantão?

Jesus nasceu ali mesmo
Simples como devemos ser
Não teve médico, nem enfermeira
Mas Deus assim quis fazer
Pra servir de lição para muitos
Que querem tanto aparecer

Deus se encarregou da Festa
Teve até chá de bebê
Fez nascer no céu uma estrela
Para que todos pudessem ver
Que ali nasceu o minino
Que por nós irá vencer

Três pastores ao ver a estrela
Se perguntavam o que era aquilo
O Anjo de Deus foi até eles
E disse: Rapaz, fique tranquilo
Nasceu o Rei de vocês
Vão lá visitar o pupilo

Os homens pensaram em palácio
E foram até o Rei Herodes
O perguntaram pelo rei que nasceu
- Que rei? Se eu sou o lorde?
O cabra ficou enjuriado
E Chamou o sacerdote

Me diga onde vai nascer o Messias
E fale logo que eu tô aperriado
Responderam que era em Belém
O cabra ficou agoniado
Chamou os pastores pra conversa
E mentiu bem descarado

Vão até lá e achem o minino
Depois voltem pra cá
Quero que me digam direitinho
Onde o Rei pode estar
Pois também quero ir
Me prostar e adorar

O pastores sairam dali
Acreditando que era verdade
O anjo de Deus os guiou
Há uma certa maternidade
Onde nasciam os cavalos e bois
Dos homens daquela cidade

Sentiram a presença de Deus
E choraram aqueles pastores
Quando viram o minino ali

Sem luxo, riqueza e valores
Estava ali o Rei dos Reis
Príncipe da paz, senhor dos senhores


O chá de bebê de Jesus
Aconteceu naquele momento
Ao invés de fralda tinha ouro
De chupeta tinha incenso
Foi dado até um pote de mirra
Como forma de agradecimento

Deus disse pra eles em sonho
Pra mudarem o caminho da volta
Pois Herodes estavam esperando
Armado com sua escolta
A fim de pegar o minino
E fazer uma reviralvolta

Deus disse também a José
Pro Egito ele fugir
Pois o rei ia matar
O bebê nascido ali
Jesus o nazareno
Descendente de Davi

Do Egito eles foram
Conforme disse a profecia
Para a terra de Nazaré
Onde ele cresceria
Foi batizado por João
O filho de Zacaria.

Essa sim é a história
Que todos devemos lembrar
Que eu saiba Jesus não era gordo
E de trenó não costuma andar
E foi dele o maior presente
A salvação que vamos herdar

Isso mesmo, a salvação
Está guardada pra você
Basta olhar pra Jesus Cristo
E entregar o seu viver
Ele é o grande Deus
Pra você servir e crer

Caso queira assistir ao vídeo sobre o cordel, é só clicar na imagem.

Fonte: Cordel Cristão , do autor Euriano Sales

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Fluminense - Tricampeão Brasileiro 2010



Parabéns ao meu querido tricolor! Parabéns ao time de guerreiros!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Laurel, Hardy e Santana



Aprecie o encontro dos geniais Laurel e Hardy com o também genial músico Santana, em mais uma ótima montagem virtual.
É só clicar na imagem e se deixar levar por Oye Como Va.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Clarice Lispector



Amor à Terra

Laranja na mesa.

Bendita a árvore
Que te pariu.