quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Gilda Haubert



Espírito de Natal

Estava eu no burburinho daquela rua, comprando presentes para o Natal, mas sentia-me vazia...
Porque presentes de Natal para quem tem tudo?
Não falta lar, não falta comida, não falta roupa, não falta nem felicidade!
Mas mesmo assim pensando, continuo. Compro presentes de Natal para meus filhos, meus amigos, para quem eu quero bem ou devo favores, coisas assim...
Gasto rios de dinheiro, canso meus pés e já sinto a hora de voltar para casa quando passo em frente de uma igreja.
Passar defronte de uma igreja me causa algum impacto, pedaços da infância que me voltam à mente! Mamãe me levava à igreja e dizia ali morar o Papai do Céu. Vamos fazer-lhe uma visita? Vamos agradecer a Ele tudo o que temos e somos. E entrávamos de mãos dadas, numa atitude de respeito nos benzíamos, nos ajoelhávamos e rezávamos:Pai Nosso, que estais no Céu...
E, recordando tudo isso é que, ao passar defronte daquela igreja, senti vontade de entrar. Não posso definir bem o sentimento que me levou a fazer esta visita ao Pai do Céu, mas entrei... e repeti o ritual, me benzi, me ajoelhei e comecei a rezar...não mais aquela reza de criança Pai Nosso que estais no céu...
Não queria mais o Pai no céu, eu O queria ali, bem perto de mim, pois com Ele por perto, as coisas mudariam... Por isso eu precisava Dele ali ao meu lado. Queria senti-lo bem próximo, tanto que até pudesse tocá-lo, se quisesse...
E continuei a rezar minha reza improvisada. Eram quase só pensares o que povoava minha mente e inquietava minha alma...
Mas, continuava sozinha naquela igreja silenciosa. Rezei, pensei, pensei... Rezei, pedi, pedi saúde para os meus, proteção e forças para seguir minha jornada e me preparei para sair.
Olhei mais uma vez para o Menino Jesus que estava nos braços de sua Mãe Maria naquele altar bonito! Ele era loiro, cabelo cacheado, acho que olhos claros..
E eu queria tanto que o Pai do Céu estivesse ao meu lado...
Dirigi-me à porta, silenciosa, cabeça baixa, ainda pensando no Jesus Menino tão singelo nos braços de sua Mãe Maria, quando nos degraus vi um menino estendendo a mãozinha para receber um troquinho...
Ele era loiro, cabelos cacheados e olhinhos claros talvez e eu queria tanto o Pai do Céu perto de mim que olhei novamente para aquele altar...
E Maria estava sem seu Filho nos braços...

5 comentários:

Zé Carlos disse...

Marise, vim conhecer seu blog (magnífico) e agradecer sua visita.

Juntamente desejar fortemente a você e aos seus um Feliz Natal e um Ano Novo cheio de graças.

Um forte abraço do seu novo amigo, ZC

Anônimo disse...

Parabéns pelo seu espaço que tá simplesmente maravilhoso!
Achei lindo!
Bjs no coração e que Deus te abençoe!
Myrna.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Vim desejar o melhor 2011 possível.
Tudo de bom.
Bj./Irene

rosapena disse...

Amiga..um super beijo e feliz ano novo.Você faz a diferença! BEIJOS..ROSA

Gilia Gerling disse...

Marise!
Fiquei feliz vendo minha querida amiga Gilda Haubert em seu Blog. Nem sabia que vocês se correspondiam! Este conto dela já foi premiado aqui no Sul e ela deve ter ficado muito feliz vendo em seu Scenarium.

Desejo um 2011 possível e harmonioso,
além de muita saúde e paz para você e família.
Grande e verdadeiro abraço da sua amiga
Gilia