Seja bem-vindo a mais um palco do Cenário de Sentimentos
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Este espaço é um abraço à sensibilidade, independente da forma como é apresentada: um poema, uma canção, um pensamento, uma pintura, uma charge... O que alimenta a minha emoção torna-se arte e toda arte é especial, é incomum, é rara.
Se você não é comum, você é Scenarium!
Todas as flores morreram; a terra já não é fértil, as águas já não são límpidas, já não se ouve o gorjeio dos pássaros. O sol já perdeu seu calor, deu-se adeus ao arco-íris! As folhas amareladas caem sufocantes pelo chão; nem mais as lágrimas orvalhadas escorrem nas manhãs de primavera. Já não há primaveras, esgotaram-se os verões, foi o último outono que trouxe o inverno eterno. O vento já não faz brisa; roça gélido na pele, pintando de branco o sangue impuro dos mortais. A vida já não tem mais a mesma alegria da infância; ela açoita os últimos momentos e sangra silenciosa o grito de desespero... Não há mais esperança. O gelo sobre a pedra começa a marcar o fim de um tempo que não é possível retroceder. Os montes verdejantes agora são cascalhos duros e sem vida. Tudo em volta está se acabando; o mar, antes bravejante, agora é manso e silencioso, negro como as profundezas. Os rios perderam suas forças, apenas correm para morrer no mar, misturam-se...E morrem. Nada tem mais sentido; nada mais tem valor. A chuva queima feito ácido, todas as cores em branco e preto. Como um quadro queimado a vida acaba em cinzas. Um sopro... me torno inexistente.
Seu moço, fique ciente De tudo que eu vou contar, Sou um pobre penitente Nasci no dia do azá, Por capricho eu vim ao mundo Perto de um riacho fundo No mais feio grutião E como ali fui nascido, Fiquei sendo conhecido Por Mané do Riachão.
Passei a vida penando No mais crué padecê, Como tratô trabaiando Pru filizardo comê, A minha sorte é trucida Pá miorar minha vida Já Rezei e fiz premessa Mas isso tudo é tolice, Uma cigana me disse Que eu nasci foi de trevessa.
Sofrendo grande cancêra Virei bola de biá Trabaiano na carrêra Daqui pra ali pra culá Fui um eterno criado Sempre fazendo mandado Ajudando aos home rico, Eu andei de grau em grau Taliquá o pica-pau Caçando broca em angico.
Sempre entrano pelo cano E sem podê trabaiá, Com sessenta e sete ano Percurei me aposentar, Fui batê lá no iscritoro Depois eu fui no cartoro Porém de nada valeu, Veja o que foi , cidadão, Que aquele tabelião Achou de falar prá eu.
Me disse aquele escrivão Frangino o côro da testa: - Seu Mané do Riachão Esses seus papé não presta, Isto aqui não vale nada, Quem fez esta papelada Era um cara vagabundo, Prá fazê seu apusento Tem que trazê decumento Lá do começo do mundo.
E me disse que só dava Prá fazê meu aposento Com coisa que eu só achava No antigo Testamento, Eu que tava prazentêro Mode recebê o dinhêro Me disse aquele iscrivão Que precisava do nome E tombém do subrenome De Eva e seu marido Adão.
E além da Identidade De Eva e seu marido Adão Nome da niversidade Onde estudou Salomão E outras coisa custosa, Bem custosa e cabulosa Que neste mundo revela A escritura sagrada Quatro dedo da quêxada Que Sanção brigou com ela.
Com a manobra e mais manobra Prá puder me aposentar, Levá o nome da cobra Que mandou Eva pecar E além de tanto fuxico, O registro e currico De Nabucodonosô, Dizê onde ele morreu, Onde foi que ele nasceu E aonde se batizô.
Veja moço, que novela, Veja que grande caipora A pior de todas elas O senhô vai vê agora, Pra que eu me aposentasse, Disse que tombém levasse Terra de cada cratera Dos vulcão dos istrangero E o nome do vaquêro Que amançou a besta fera.
Escutei achando ruim Com a paciência fraca E ele olhando prá mim Com os olhos de jaraca Disse a coisa aqui é braba Precisa que você saba Que sou iscrivão Ou estas coisa apresenta Ou você não se aposenta Seu Mané do Riachão
Veja moço, o grande horrô Sei que vou morrer depressa Bem que a cigana falou Que eu nasci foi de trevessa Cheio de necessidade Vou viver da caridade Uma esmola cidadão Lhe peço no santo nome Não deixe morre de fome O Mané do Riachão
Você não só se chamará “saudade”, mas também “poesia”. Esta postagem é uma singela homenagem à querida Anny, que nos deixou nesta data, mas estará sempre presente através de suas letras poéticas.
Mi tierra no es La Mancha y ni tampoco, Toboso. Es un país verde amarillo, muy lejos de los castillos, muy cerca de los tramposos.
Quisiera que fuese ardiente, con valles ensolarados, con Quijotes muy valientes y con Sanchos muy gallardos.
Que soñar fuese posible, que no hubiese el hambre y el monstruo más terrible fuese molinos de viento, girando veloz contra el tiempo sin dejar herida alguna.
Quisiera que los caminos de todos nobles Quijotes, caballeros sin destinos, llevasen a una aldea donde hubiese Dulcineas con generosos escotes.
Quisiera que las doncellas si encantasen por hidalgos sin plata, pero garbosos de honor y de buenas ganas de cambiar el mundo en rosas mismo que con mente insana.
Que en esta tierra amada, con falta de Don Quijotes, venciendo todos peligros, trayendo consigo el mote; "Hombre de Triste Figura", en vez de palabras duras Sólo hazañas valerosas.
Quisiera que, como él, hubiese aquí caballeros enderezando los tuertos, y deshaciendo agravios, y repartiendo repuestos con todos sus compañeros.
Que in my país, cuyo mar, sólo trae pescados buenos, llenase los platos del pobre, que sólo mastica su hambre y llena de viento su panza sin perder la esperanza de tener pez e fiambres.
Que fuese apenas locura la mirada de los niños, que viven bajo los puentes, luchando sin armaduras y sin ningún Rocinante.
Que hubiese mesa y mantel con mucho pan y esperanza pues el dolor más cruel, ya decía Sancho Panza, con panes son más pequeñas.
Que los rocinantes de aquí ganasen pan y cariño para si aguantar en el trote de las trillas con espinos por donde todos Quijotes buscan siempre sus caminos.
Que en mi país solamente el seso se perdiese así; enanos contra gigantes, escuderos sin su amos y todos los Rocinantes cabalgando las estrellas.
Poesia vencedora no concurso promovido pelo Colégio Cervantes e pela Embaixada da Espanha, em 2005, por ocasião da comemoração aos 400 anos do lançamento da obra “Dom Quixote de La Mancha”
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