segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Álvares de Azevedo



Minha Desgraça

Minha desgraça não é ser poeta,
Nem na terra de amor não ter um eco...
E, meu anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como trata-se um boneco...

Não é andar de cotovelos rotos,
Ter duro como pedra o travesseiro...
Eu sei... O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera) é o dinheiro...

Minha desgraça, ó cândida donzela,
O que faz que meu peito assim blasfema,
É ter por escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela.

Um comentário:

Anônimo disse...

Admiro Alvares de Azevedo que em tão pouco tempo de vida deixou-nos
uma extensa e bela obra.
Marise, adorei as atualizações
Marilda