domingo, 25 de outubro de 2009

Fernanda Guimarães



Hiatos

As letras desencontram-se das minhas mãos
Acenam-me lenços de palavras em silêncio
Ignoram a súplica que me habita os olhares.
Hoje, meus versos são navios de partida
Um trecho de história não vivida.

É como se a caligrafia fosse sombra
Cansada de perseguir os mesmos sonhos
Talvez por saber que a caneta rabiscará
As antigas algemas que dizem da espera
E da saudade que insiste em escrever teu nome.

Colho dos lábios da noite um sorriso de giz
E nos olhos nublados da folha em branco
Há a permanente ausência, a distância
Soladas pelos meus dedos zíngaros
O mesmo ponto, fim de linha.

© Fernanda Guimarães
Fortaleza (CE) - Brasil

Conheça mais textos da autora clicando aqui

Um comentário:

Sandra Lúcia Ceccon Perazzo disse...

Fernanda Guimarães, encantada com o seu "HIATO", parabenizo e aplaudo.
Belo, muito belo!
Esses versos me conquistaram:...Hoje, meus versos são navios de partida
Um trecho de história não vivida...

Com carinho
Sanzinha