quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Ju Rigoni
Do Espanto
Saí de casa sem sair...
Não me vesti com esmero;
não pintei os lábios;
não levei bolsa,
documentos, dinheiro...
Fui-me,...
em uma ou duas piscadas,
levada pelos sentimentos
que embaralham palavras...
Conversei-me,
desconversei-me,
e, como sempre,
não me entendi...
Ai, que merecia uns tapas!...
(Se do lado de fora
alguém passasse e me visse
em meio a tamanha pendenga
me acreditaria uma louca
a falar com janelas e portas...)
Voltei...
e, finalmente, resolvi sair, -
vestindo o melhor vestido,
usando o batom mais vermelho,
calçando sapatos bonitos,
de saltos altos infinitos...
Nem bolsa, nem documentos,
nem dinheiro.
Mãos... nuas;
coração sobrecarregado,
sem piscar, alcancei a rua.
Na esquina
dei de cara com a sina
de quem sai de casa
levando apenas sonhos
e palavras...
© ju rigoni (2002)
Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
Convido os amigos a conhecerem os espaços onde Ju Rigoni derrama sonhos e palavras:
Dormentes
http://dormentes.blogspot.com/
Fundo de Mim
http://jurigoni.blogspot.com/
Medo de Avião
http://medodeaviao.blogspot.com/
Navegando...
http://planetazora.blogspot.com/
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2 comentários:
Marise,
Você sempre acertando nas postagens. Ju Rigoni é poeta das boas. Vale a pena ser visitada. E, ainda, por cima, por esse motivo principal, e por tudo o mais, tornamo-nos amigas pessoais.
Parabéns.
Eliane F.C.Lima
Querida Marise,
estou sinceramente envaidecida por ter um texto meu publicado em seu excelente Scenarium. E perdoe a demora. Estou longe da net faz alguns dias, não apenas pelos inúmeros compromissos profissionais. Pessoalmente, estou vivendo um tempo bem difícil que envolve a doença de minha mãe, e a perda de duas pessoas da família. Soube que você havia postado meu "Do Espanto" pela nossa querida amiga Eliane, a quem também agradeço as palavras que deixou por aqui. Um beijo, Marise. Muito obrigada por me proporcionar esse oásis em meio ao deserto desse meu momento.
Bjs, querida. Inté!
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