Cantiga Outonal
Outono. As árvores pensando...
Tristezas mórbidas no mar...
O vento passa, brando... brando...
E sinto medo, susto, quando
escuto o vento assim passar...
Outono. Eu tenho a alma coberta
de folhas mortas, em que o luar
chora, alta noite, na deserta
quietude triste da hora incerta
que cai do tempo, devagar...
Outono. E quando o vento agita,
agita os galhos negros, no ar,
minha alma sofre e põe-se aflita,
na inconsolável, na infinita
pena de ter de se esfolhar...
(In Palavras e Pétalas)
Um comentário:
Cecília Meireles, a minha mais maravilhosa poetisa... Cecília reinará eternamente sobre o mundo mágico da arte como a mais bela representante desse mundo imensamente sem limites!
Cecília, nunca teve começo e jamais terá fim!
Se eu continuar eu começo a chorar... rsrs
Beijo,
Rita.
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